Carta aberta do Levante Popular da Juventude sobre as eleições para o DCE da UFC 2013



Carta aberta do Levante Popular da Juventude sobre as eleições para o DCE da UFC 2013



Encerrado o processo de votação dessas eleições para o Diretório Central dos Estudantes da UFC, nos sentimos na obrigação de tornar pública algumas avaliações. Fazíamos parte de uma chapa (4 – Eu vou à luta com essa juventude) que concorria ao pleito. No entanto, mesmo antes do período de campanha começar, alguns problemas do processo de formação da comissão eleitoral e de regimento nos mostraram que não valeria a pena o desgaste de participar dessa eleição. Seguem:

1. Indicamos, desde o início do debate, que a prestação de contas fosse feita antes do início de um novo processo eleitoral, entendendo que isso geraria problemas para o processo e para o conjunto do movimento estudantil, como se mostrou verdade;

Obs: Aqui, ressaltamos a responsabilidade que a antiga gestão, denominada DCE de Verdade, tem para com o conjunto do movimento estudantil: a prestação de contas é, sobretudo, uma responsabilidade política, além de jurídica. Nós, do Levante, também fazemos coro com o movimento estudantil e exigimos que a prestação de contas seja entregue e aprovada em CEB.

2. As informações sobre os problemas da comissão eleitoral desestimularam ainda mais nossos militantes, quando estes perceberam que este processo estava sendo travado de maneira autoritária e sem lisura;

3. À revelia de todo o histórico do movimento estudantil, a comissão eleitoral passou por cima de questões políticas consensuais para justificar erros, como a presença de pessoas com matrícula trancada na comissão e manifestações em redes sociais por parte de seus integrantes;

4. Não nos retiramos do processo enquanto chapa por respeito a outros estudantes que compunham a mesma conosco e queriam continuar participando das eleições;

5. Não nos manifestamos enquanto grupo sobre nossa avaliação para não corroborarmos com a postura do voto nulo (ou do “não vote!”), que entendemos ser uma postura que deslegitima e enfraquece o movimento estudantil.

Dito isso, é importante salientarmos diversos problemas enfrentados durante a eleição: denúncia de mesários de fora da UFC, mesários com blusa de chapa concorrente ao pleito, materiais em cima das mesas de votação, urnas violadas, tentativas de extraviamento de urnas, pessoas votando sem a devida comprovação de identidade, etc. Estes são problemas que não podemos aceitar como normais e devemos sempre tentar superar. Ademais, a apuração dos votos foi encerrada e foi eleita uma nova gestão para o DCE, mesmo com o  iminente risco (e todo o burburinho a respeito) de a eleição não atingir quórum.

Como movimento estudantil organizado, nós do Levante, não podemos simplesmente passar pelo processo sem a devida reflexão. É preciso retirar dele uma avaliação que apresente os erros e nos guie num movimento estudantil cada vez mais distante de velhos vícios. Por isso, achamos importante refletir sobre qual conceito de democracia estamos na prática exercendo. Possuir maioria numérica (seja de pessoas, seja de entidades) não dá direito a qualquer grupo político de passar por cima de princípios democráticos que devem reger o cotidiano do movimento estudantil. Reiteramos que aí, precisamente, reside a diferença entre a democracia e a simples relação burocrática e utilitarista de maioria em uma votação, como experimentados em CEB’s do processo eleitoral (no CEB de 16/Nov/2013, por exemplo, foi colocado como proposta a não apuração das supostas denúncias contra a comissão eleitoral; o simples fato de cogitar-se essa possibilidade, além de um contrassenso frente ao movimento estudantil que queremos construir, não é uma atitude coerente com a defesa da lisura do processo e caracteriza-se como uma postura autoritária). Lembremos que a prática é o critério da verdade e, para além de denunciar gestões passadas, é importante que o movimento se atente para não cometer os mesmos erros.

Por fim, apesar de todos os problemas postos pelo processo, acreditando como melhor posição para o movimento estudantil da UFC no momento, saudamos os membros da Chapa 5 – Amanhã vai ser maior pela vitória no pleito. Desejamos-lhes uma gestão de luta e de força frente às demandas que o cotidiano de nossa universidade nos coloca, lembrando-se sempre que somente com estudantes mobilizados e com caráter de protagonistas das transformações é que se faz o movimento estudantil. Sobretudo, nós, enquanto Levante Popular da Juventude, assim como sempre o fizemos, também nos dispomos a construir uma universidade mais popular, mais democrática, mais feminista, mais negra, mais LGBT! Nesse sentido, nos apresentamos também como companheiros e companheiras em consonância na busca de uma UFC pública e gratuita, nas mãos do povo! 

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